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siobhcn · 6 months ago
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capela das irmãs com @zcyarheim
siobhan tinha sonhado com barcos. o dia era estranhamente ensolarado, os raios solares refletiam na água cristalina do oceano de maneira que o horizonte se tornava um enigma; nada existia além do balançar hipnótico do barco e do cheiro salgado da maresia. a realidade na manhã seguinte era puramente antagônica: a massa gélida ainda cobria o horizonte e sua tão estimada primavera não estava mais lá. tudo era frio e opaco assim como o interior de siobhan ao se deparar com aquela realidade. era emblemático a forma como aquele fragmento passou a assombrá-la, um indicativo silencioso, embora insistente, de que talvez siobhan tivesse que deixar de ignorar certos acontecimentos. foi então que pensou nos barcos novamente. e depois em saturnalia. os pensamentos em labirinto chegavam em um destino comum: uma memória que deveria estar enterrada. seu íntimo parecia um lugar mais seguro para admitir que estava exausta em se ver cada vez mais forçada a esbarrões; uma linha fina que parecia puxá-la para o outro lado onde na outra ponta sempre encontrava ela. então, era simbólico usar uma linha para amarrar o pequeno embrulho vermelho dias depois do desencontro no aviário, a letra cursiva no cartãozinho carimbando a possível futura dona daquele presente. a humilhação, porém, parecia inevitável: se quisesse mesmo ser bondosa, teria que procura-la. encarava grupos de changelings em busca da mulher, a ideia soava tão absurda que quase a fazia rir de si mesma, pois sabia muito bem que o sentimento de desgosto era mútuo, nítido por cada encontro entre elas resultava em um cabo de guerra que ambas preferiam arrastar até que as mãos sangrassem ao invés de cederem. e não é isso que está fazendo abaixando a sua guarda com um presente estúpido? a voz em sua cabeça era cruel, plantando dúvidas como farpas ao mesmo tempo que a decisão de enterrar o que zoya vyrkhandor um dia representou para aeragon era o necessário para os caminhos não se cruzassem nunca mais. o ímpeto de desistir era real, quase irresistível, mas foi ao visitar a capela das irmãs que seus olhos pousaram na figura familiar, um terrível déjà-vu decorrendo-lhe a espinha ao estar diante daquele ponto final. — zoya — declamou, esperando que a mulher virasse em sua direção.
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siobhcn · 6 months ago
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era uma pena que as palavras dela fossem tão concretas. e pior, que siobhan tivesse conhecimento delas. desejava, contudo, carregar um fio de esperança diante daquela situação, embora que na conjuntura atual aquilo demandava uma energia que siobhan não estava tão inclinada a investir. — é no mínimo revoltante que isso aconteça — poderia sentir os olhares de deboche e comemoração dos changelings em qualquer ambiente que estivesse naquele dia. era o que mais incitava os sentimentos ruins, tão inflamáveis quanto o fogo. — ainda agem como se nada fosse. como se não bastasse dividirmos o nosso teto com esse tipo de gente. sabe, já é terrível o suficiente que eles ao menos reconhecem o favor que fazemos deixando que fiquem na academia — se compadecia com os outros khajols, pois sabia que para alguns colegas o ato de dividir era ainda mais difícil; afinal, cada um carregava sua forma de expressar-se. — não suporto essa ideia de caos. nos faz parecer fracos e impotentes diante deles — a voz baixa era carregada de firmeza. poderia adentrar na ambiguidade daquela questão, reconhecia que a aversão era legítima, embora não oferecesse resposta alguma, ou nenhuma que siobhan visse a necessidade de enfrentar. seria apenas a perpetuação de um déficit desconfortável.
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Acenou de maneira positiva com a confidência da amiga, já havia escutado diversas coisas desde o ocorrido e era nítido que os changelings seriam a maior desconfiança, até por que eles que teriam o maior prazer em tornar a vida dos khajols miserável. Não se sentia forte como em qualquer outro dia, a falta da pira provavelmente intensificaria aquele sentimento ao longo dos dias até que fosse encontrada e as possibilidades futuras daquilo não eram boas pra eles. ❝Infelizmente, imagino que mesmo que a presença deles aqui se mostre um tanto quanto ineficaz em qualquer âmbito, não caberá a nenhum de nós ou a maioria os mandar para longe.❞ E com isso era pontuado mesmo que sutilmente o fato de que todos já estavam bem conscientes, a decisão final recaia nas mãos do imperador e este certamente não parecia concordar com a visão da maiorias dos khajols que ali estudavam. ❝Não nego que sinto falta de dias mais fáceis, por mais que adore o caos gerado odeio a sensação de impotência que a situação atual traz.❞
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siobhcn · 7 months ago
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estufa dos presságios com @fromodins
ignorando os alertas que lhe diziam que a estufa de presságios não seria um bom lugar para se estar no momento, com o característico calor abafado e o cheiro peculiar das ervas que preenchiam o ambiente tornando a experiência mais densa e não necessariamente acolhedora. mesmo assim, a dinâmica com a parceira de estudos facilitava e muito a energia de ambas, que por muitas vezes conseguiam identificar com poucos olhares e palavras, de forma que aeragon não se deu por vencida diante de tais alertas. na verdade, deliberava consigo mesmo sobre o quão mais fácil seria se a maioria das relações fossem assim, sem os empecilhos das falas que frequentemente distorciam as intenções. se distraiu com o farfalhar das borboletas enquanto organizava os instrumentos para mais um período de aprofundamento de seus estudos como khajol, quase não notando a chegada da mulher. — acredite se quiser, mas estou aqui tempo o suficiente para concluir que nenhuma borboleta irá pousar em nós hoje — ou era isso que esperava. por um instante, sentia-se até mesmo grata que seu deus patrono não enviasse presságios, contudo, estar condicionada a uma deidade caótica e trapaceira não fosse tão reconfortante quanto gostaria.
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siobhcn · 7 months ago
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acervo imperial com @rhyscolmain
— onde será que está.. — resmungou mais para si do que para qualquer outra pessoa presente no ambiente. sem querer, siobhan devolveu um dos volumes ao acervo de hexwood com suas anotações gravadas nele. agora, ali estava, buscando entre as inúmeras lombadas o dito livro com os dizeres que precisava, a pressão atras de seus olhos indicando a frustração. finalmente conseguiu encontra-lo, mas na mão de alguém, cuja percepção não era das mais favoráveis. — preciso desse livro — demandou simplesmente, sem qualquer intenção de prolongar a interação com rhys. mesmo que a figura da outra herdeira dos colmain a agradasse por completo, isso não se estendia ao homem a sua frente. siobhan era incapaz de contar em dedos a quantidade de vezes que não saiu da presença de rhys sem concluir que não o suportava, apenas pelo fato de ele existir. o que só se intensificou com a insígnia de um deus sobre os ombros. logo, nem mesmo o esforço para manter um semblante controlado foi o bastante para disfarçar o leve franzir de sobrancelhas ao vê-lo. — como você pode ver, eu não tenho o dia todo.
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siobhcn · 7 months ago
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baile do imperador com @sigridz
siobhan estava odiando aquela parte da noite. não, odiar era uma palavra muito forte para seu vocabulário, mesmo que não conseguisse pensar em qualquer sinônimo que fosse meramente positivo. fato era que não encarava com interesse a falácia sobre os perigosos monstros devoradores de olhos, tampouco acreditava que aquelas histórias tivessem um pingo de verdade. os olhos rolaram sem se importar em parecer educada, como mandava a etiqueta, tampouco era o suspiro audível que se seguiu. — por favor, é sério mesmo que acredita tanto nisso, senhor? — a sobrancelha alavancou à medida que soltava as palavras, a pequena roda de conversa sendo reduzida a poucas pessoas, quatro, se ela se importasse a contar. — o que me parece, no entanto, é que o senhor deseja assustar as pobres damas dessa conversa, mas isso só poderia ser coisa da minha cabeça. imagine só que deselegante! — riu falsamente, as íris piscando com uma doçura teatral sobre a máscara. mal esperou a devolutiva masculina para encaixar o braço juntamente do da outra, uma despedida silenciosa para aquela conversa indesejada. olhou acima de seu ombro após sair para, enfim, suspirar aliviada. — que sujeito indecente. eu estava louca para sair dali, me desculpe por te puxar sem aviso, mas acho um pouco dificil me comunicar só com olhares com isso no rosto. — apontou delicadamente para o adorno em seu rosto, o passo calmo e curto ao perambular pelo salão.
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siobhcn · 6 months ago
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a explicação fez com que aeragon arqueasse uma sobrancelha, incapaz de esboçar uma reação diante daquela incredulidade, restando apenas ignorar a fala da outra. pelos deuses, ter um animal como aquele correndo livremente pelo instituto era um evento bárbaro e tudo indicava que a outra estava mais que acostumada com tal situação. — porque esse lugar não é o ideal para porcos — devolveu com um olhar julgador, categorizando tardiamente aquela figura que certamente pertencia a um tipo que siobhan detestava lidar quando se tratava de changelings: os provocadores. — então por qual razão não volta para onde consegue ver esses 'porcos' com tanta frequência? quem sabe, até aquele que está procurando pode estar lá só te esperando — a provocação veio com um toque sutil de incomodação, falhando em não refletir os pensamentos de siobhan e ser um pouco mais gentil.
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"Porco. Oinc, oinc. Família dos suínos..." explicou de forma redundante, um sorriso cínico nos lábios enquanto enfiava as mãos nos bolsos da calça de couro negro. Um hábito comum, especialmente quando estava agitada. Arqueou uma sobrancelha, a expressão carregada de confiança, como se aquilo fizesse todo o sentido do mundo. "E por qual razão você não teria visto um porco por aqui?" desafiou, como se a pergunta fosse perfeitamente lógica. Fez uma pausa, o olhar cheio de provocação. "Talvez não pra você. Mas eu? Pergunto isso ao menos duas vezes por semana," concluiu com um tom casual, como se aquilo fosse a coisa mais normal do mundo.
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siobhcn · 8 months ago
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            pátio central com @tadhgbarakat
na visão de aeragon, a crença era sua guia inabalável, presente em gestos e pensamentos. seguia, com toda a convicção, que o seu redor era uma grande espaço impregnado de energias invisíveis, tanto boas quanto malignas. era por isso que, a fumaça característica do khioror traziam a sensação amplificadora de que quanto o ar que respirava parecia purificado, restaurando o equilíbrio a sua maneira. tinha a ideia de que sem esse cuidado, a harmonia de seu presente poderia ser facilmente sugada. envolta em suas divagações, com uma expressão acentuada, era convidativo para que deixasse ser guiada pelos cantos do pátio central, e quando percebeu, já estava mais perto do que deveria, invadindo o espaço pessoal de alguém sem se dar conta. deu um passo desajeitado para trás, desconfortável, e só então ela piscou, como se acordasse de um devaneio, percebendo que por pouco, promoveu uma proximidade involuntária. — desculpa, não vi que estava tão perto — tratou de dizer rapidamente para a figura desconhecida.
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siobhcn · 5 months ago
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aposentos de siobhan com @fromodins
os artelhos se moviam pelo pano macio ao passo que os cachos grossos caíam sobre os ombros ao ajeitar a peça em seu corpo. um bico se formava no núcleo dos lábios ao analisar o corpo em frente ao espelho. siobhan não se categorizava como alguém alheia aos próprios atributos, o rosto e o corpo ornavam para a formação de uma figura até então atrativa; era uma constatação prática, sem o brilho expeço de uma vaidade excessiva. deixou escapar um suspiro ao deslizar os dedos sobre a gola da vestimenta, a textura do tecido refrescante contra a pele quente do pescoço ao passo que alcançava o olhar de freyja pelo espelho. — não sei se gosto disso. o que você acha? — ela inclinou o rosto, buscando outro ângulo, como se a mudança de perspectiva pudesse suavizar aquela sensação de desalinho. era a primeira vez em tempos que se prestava àquela tarefa, até então, as roupas que já não queria simplesmente desapareciam de suas vistas como a poeira varrida de um cômodo limpo. nem mesmo sabia nomear a razão por qual pensou em fazer isso por si só, fosse por benevolência ou por tédio, era frívolo e consequentemente inútil de dizer. a verdade é que ela preferia estar em outro lugar (vagando pelos corredores do castelo, em exemplo), mas a neve gelada certamente transformaria o passeio em uma tortura: o nariz ainda trazia o tom avermelhado que denunciava o tempo maior que havia insistido em ficar do lado de fora, antes de praguejar pelo clima em voz baixa. por sorte tinha freyja junto dela, a companhia da mulher era como um calor reconfortante, tanto que fizera uma nota mental de não incluir nenhum aspecto acadêmico naquele encontro. — você já conviveu muito com a neve? confesso que prefiro as estações mais quentes. é tudo tão escuro e mórbido no inverno — aeragon não era tola ao ponto de pensar que tal clima era insólito dado ao enfraquecimento dos khajols, e embora o altar em seu quarto não estivesse abandonado, sentia algo ruim ao olhá-lo por muito tempo, mas não seria ela a dar voz ao que poderia assombrar a própria mente.
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siobhcn · 6 months ago
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lantern waterfield com @thclioness — flashback
a vela em sua mão foi acendida com cuidado, como se um movimento em falso pudesse tornar o ato de se comunicar com seu deus algo errado ou ofensivo. havia sinais da presença de outros: marcas de passos na margem, vestígios de oferendas deixadas em um desalinho que parecia deliberado. não era uma ideia original, tampouco surpreendente, sobretudo vindo de uma khajol que estava no processo de se acostumar com tudo; desde o deus ambíguo até a bolota que seguia cada passo seu como uma sombra. os livros não ajudavam de imediato tanto quanto ela gostaria, mas sim, cultivavam um paradoxo inquietante, onde o seu desejo de se conectar, de entender tal vínculo, entrelaçava-se com o peso de suas dúvidas e de como seria a partir dali. ela inclinou-se em direção a água, observando a oferenda desajeitada e tímida boiar distante de si. então, se viu criando uma prece, tão absorta em seu íntimo religioso que não percebeu quando alguém se aproximou. apenas o ruído sutil de passos a trouxe de volta ao presente, e ela ergueu os olhos para encontrar a figura que possivelmente também buscava o mesmo tipo de conexão. o breve susto foi substituído rapidamente por um olhar curioso, medindo a nova companheira com poucos escrúpulos. — não estava esperando uma companhia — antes de decidir realizar a oferenda a loki, siobhan deduziu que o local estaria vazio, uma vez que se aproximavam do período em que o instituto liberava seus alunos para as festividades. — mas é um bom momento para isso, não é? algo a se fazer antes de partir — deu de ombros sutilmente, uma vez que a outra não lhe parecia familiar, não julgava seguro expor a infamiliaridade que residia juntamente com seu novo vínculo divino.
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siobhcn · 8 months ago
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não era extremamente favorável a ideia de evitar um docente. contudo, a situação mudou de figura assim que notou a presença do professor antes mesmo de ele cruzar completamente o corredor. detestava grandes monólogos durante a manhã, ainda mais depois de uma noite mal dormida, e não era corajosa o suficiente para encarar o professor. só não contava com a outra presença até então invisível aos seus olhos, de modo que quase levou a mão ao peito imediatamente, alguns instantes sendo necessários para que um sorriso quase imperceptível aparecesse em seus lábios antes que ela soltasse a resposta: — com tanto movimento, quem não teria uma noite tranquila? — brincou, buscando aliviar o pequeno susto. — e você? como tem passado?
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OPEN STARTER!!
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O sorriso discreto em seu rosto combinava com a expressão divertida que carregava. As roupas brancas eram demonstração o suficiente de que Will não apenas apoiava a realização do ritual para livrar o Instituto das energias negativas quanto havia participado dele. Acordar cedo, caminhar por aí e no processo acordar pessoas irritadas? Incrível, não perderia por nada. "Dormiu bem?" Sua voz de estava leve, a pergunta não foi direcionada para ninguém em específico, afinal, a princesa estava olhando para baixo quando muse entrou no cômodo, alinhando o tecido da própria roupa lentamente.
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siobhcn · 7 months ago
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baile do imperador com @tadhgbarakat
sentia os pés pedindo socorro após mais uma dança sem pausas, levando-a buscar conforto em um canto do salão, contudo, em meio ao seu caminho, um objeto jogado no chão chamou sua atenção. a capa discreta e o que pareciam ser páginas ligeiramente amassadas despertaram sua curiosidade eminente, como se aquilo pudesse revelar algo escondido no meio da confusão do baile. entre os sons da música e o murmúrio dos convidados, ela se perdeu naquele momento ao tomar uma poltrona para si, os dedos virando as primeiras páginas de maneira quase involuntária. não estava buscando nada específico, mas havia algo fascinante na caligrafia irreconhecível. a sensação de estar sendo observada a fez levantar o olhar, encontrando uma figura desconhecida antes que tivesse tempo de esconder o diário. a surpresa lhe atingiu como uma rajada súbita de vento, e, por um segundo, siobhan tentou disfarçar, se movendo desajeitadamente para esconder o pequeno livro entre as camadas do vestido. — oh, isso… — começou, mas as palavras pareceram tropeçar entre os lábios, incapazes de formar uma desculpa convincente. era clara a tentativa falha de fingir indiferença, mas ela continuou, os olhos piscando rapidamente enquanto tentava manter a compostura.
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siobhcn · 8 months ago
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            capela das irmãs com @zcyarheim
não tinha completa aversão a ideia de dividir o espaço com outros desde que havia adentrado os portões de hexwood, mas de maneira óbvia, a mente nunca a havia preparado para dividir seu espaço com changelings. para siobhan, soava invasivo a maneira que a ideia de dividir seu banco favorito ou sua sombra favorita sob uma árvore, ultrapassando o mundo de suas ideias para a realidade. ela sabia, embora evitasse pensar sobre isso, a razão pela qual os caminhos sempre seguiam para os espaços que não captavam sua atenção rotineiramente. mesmo com aquela consciência pairando como uma sombra à espreita, siobhan nunca permitia que a verdade emergisse por completo, preferindo ignorar o que a fazia descer cada vez mais fundo. quando seus olhos percorreram o destino desejado, um suspiro suave escapou de seus lábios, carregando um alívio quase imperceptível. o silêncio prometia o que buscava, até que, ao virar o rosto, captaram uma figura reconhecida de imediato, o peito apertando com uma súbita tensão fantasma. não era tão tola ao ponto de não chegar a pensar na possibilidade de encontrar figuras antigas. ao passo que, instintivamente, tentou se afastar, o corpo movendo-se com urgência, mas o som áspero de seus pés arrastando no chão ecoou pelo espaço, traindo seu esforço de fuga. — pensei que este lugar estivesse livre.
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siobhcn · 8 months ago
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            lago oeste com @aemmc
entre os espaços de suas atividades, crescia um desejo urgente de estar na companhia de alguém familiar, confiável. a ideia de procurar aemma surgiu naquele meio tempo, trazendo um alívio imediato, quase como se, ao fazê-lo, pudesse saciar parte daquela necessidade. ali, sob a luz do sol, conseguiu reconhecer a mulher, à medida que um sorriso involuntário brotava em seu rosto. — acho que eu tenho um dom — iniciou com uma sobrancelha levemente arqueada, reivindicando o lugar próximo da khajol. — eu estava pensando em você nesse exato momento, acho que deve ser algum tipo de telepatia. — o tom de sua voz era suave, mas havia uma sinceridade por trás das palavras que tornava tudo mais autêntico, como se siobhan realmente acreditasse naquele fato. para enfatizar a afirmação, deu fim à sua verdade com uma leve risada de convencimento; quase como se a ideia de que pudessem estar conectadas de maneira tão profunda a fazia sentir-se sortuda.
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siobhcn · 7 months ago
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— sim, você tem que merecer — siobhan sentiu a respiração se apertar à medida que seus lábios encontravam os da mulher, a barreira entre o toque e a proximidade quase que insuportável. em um desejo latente, movimentos, suspiros e todos os sons formavam uma canção que determinava um pedido silencioso para ir mais fundo, para sentir mais, a abertura de algo maior e mais intenso. os dedos se fecharam em torno da outra, sentindo os contornos de seu corpo com uma urgência de quem explorava algo novo e que pudesse se esvair no instante seguinte. foi isso que tornou tudo real. a presença alheia, quase etérea, mas absolutamente clara, a despertou do torpor. algo como um puxão suave, sentindo-se consciente de si mesma, de seus limites e de sua vulnerabilidade. a realidade se fez presente de novo, interrompendo aquele espaço íntimo e secreto que ela havia construído. não sabia se um som que teria escutado tinha saído de sua própria cabeça, fato era que seu próprio ritmo passou a desacelerar, tudo ainda palpável no ar. poderia ser a bebida, claro que poderia. poderia ser um zilhão de coisas. a risada abafada e incrédula foi quase como uma traição aos toques dela, maculados pelos lábios macios e os toques ásperos. nunca tinha conhecido uma khajol com aquele tipo de toque. — desculpa, eu… achei que tivesse escutado alguma coisa — entregou entre sussurros, as testas agora coladas. ela umedeceu os lábios, guardando os rastros da loira dentro de si antes de suspirar. os astros pareciam voltar a orbitar de forma normal, a memória sensorial ainda vívida e insistente era a prova de que os minutos foram reais e que agora poderia se afastar. deveria, na verdade. mesmo que tivesse a identidade coberta pela máscara, alguém poderia reconhece-la ou reconhecer a sua companheira. o silêncio tornou-se reconfortante, até mais íntimo que qualquer contato que trocaram até então. os olhos observavam as íris claras, quase que escuras pela penumbra, um ato perigoso, piscando algumas vezes antes de cortar um pouco a proximidade entre elas. sentia o ar mais frio agora sem o calor de outro corpo, o coração ainda batendo descompassado à medida que uma ideia surgiu, quase como uma resolução de seu pequeno problema. ela sentiu o peso do instante, levando a mão até o anel que usava no polegar, um ornamento que a acompanhava há anos e que, de alguma forma, se tornara uma extensão de si mesma. com um movimento decidido, deslizou o anel, sentindo o frio do metal contrastar com o calor de seus dedos, e o estendeu à mulher à sua frente. — quando eu buscar isso — iniciou, esperando que a outra tomasse o objeto metálico — pode terminar de me mostrar como é convincente — não iria formar uma despedida, não tinha coragem e tampouco vontade, mas sim um convite. despedidas não serviam em casos inacabados, não para a aeragon. ao se distanciar, sabia que o gesto tinha plantado algo sólido, algo que pudesse conectá-las até um possível encontro. resistiu ao impulso de sentir o calor dela mais uma vez, provavelmente não seria tão efetiva para se distanciar. siobhan se curvou como mandava a etiqueta, agarrando a taça que tinha sido sua companheira até o terraço, os dedos tocando os próprios lábios à medida que o olhar queimava em suas costas ao retornar ao salão do baile.
ENCERRADO.
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flashback. ⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀o toque em sua orelha cicatrizada fez crescer um arrepio em sua nuca, e a percepção de que o temor da retaliação era o principal sentimento associado a esse calafrio frigido dominou-lhe a mente por alguns segundos. o milésimo de segundo de sobrancelha franzida se escondeu à vista alheia, e zoya agradeceu à sua deusa por isso enquanto trilhava seu espaço na pele alva e macia, descaindo o caminho em beijos. se perdia nos detalhes daquele toque: a suavidade que cedia sob sua boca, o calor que contrastava com a brisa gelada que ressoava pela varanda. “ entendi… ” suspirou entre selares, o timbre tão baixo que a leve ventania poderia roubá-lo; trouxe os lábios em ascensão novamente, até que fossem se direcionando em direção à região dos lábios alheios. com a boca rente à da companhia, os beijos fugazes nasciam como uma exploração ��nfima, finalmente voltando ao ponto de partida, os doces lábios que havia experimentado. “ eu tenho que merecer, então. ” pontuou, transcorrendo o toque firme dos dedos antes na nuca da outra pela descendência em suas costas, cobertas pelo vestido, uma prisão de tecido azul. a frase veio como uma declaração mascarada; o desafio velado de provar seu valor. as camadas de tecido que se interpunham entre peles eram fantasmas de encontros que nunca aconteceram; os toques, mesmo que recém nascidos, ainda assim agiam como barreiras pelo anseio que, apesar de construído há tão pouco, parecia ser intrinsecamente entalhado em algo profundo e decenal, algo que nem mesmo zoya entendia o motivo; mas havia decidido que aquilo não era relevante, afinal. “ posso te mostrar como eu mereço... prometo ser bem convincente. ” a promessa ficou pendurada no ar, tão palpável quanto sua intenção de perder-se naqueles beijos. seus dedos cartografavam o corpo alheio como um nativo, encontrando repouso nos quadris. a outra mão ainda ainda traçava as linhas de sua mandíbula como se guardassem seu tesouro mais precioso. o momento naquela varanda mais parecia um lugar a parte, longe das danças em pares e taças cheias; a fundação aquilo era o mistério que pairava acerca daquela identidade. talvez no outro dia sequer se recordasse — embora sentisse em algum lugar ínfimo que não esqueceria — ou, se a memória ainda lhe afetasse, poderia até mesmo se arrepender de não descobrir que figura era por trás da máscara ofídica. mas, ali, não tinha intenção qualquer de estilhaçar aquela atmosfera.
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siobhcn · 8 months ago
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            aviário com @maredoomstryke
ela se inclinou com o objetivo de observar as aves do aviário, fascinada pelo som das asas dos pássaros em ação, os reflexos das luzes solares brincando em suas plumagens. — é meio engraçado ver como as coisas mudam rápido, nem lembro a última vez que mandei uma carta por aqui — divagou, deixando a confissão ecoar no espaço. como seria reviver isso? a ideia parecia tão distante e, ao mesmo tempo, soava-lhe acolhedora. deixou a mente vagar, imaginando como seria receber uma carta trazida com frequência, independente do repertório que carregaria. siobhan observou a figura esguia de soslaio, como se o ato não entregasse a finalidade que buscava em observar maressa. mesmo que a facilidade em expor seus pensamentos de forma quase que instantânea, a curiosidade a guiou a formular a frase seguinte: — se bem que algumas coisas estão diferentes ultimamente, até o khioror com a presença dos changelings aqui.
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siobhcn · 4 months ago
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em alguma sala de hexwood com @eirikhrafnkel
siobhan já sentia, antes mesmo de deixar seus aposentos naquela manhã, que algo estava prestes a acontecer. não era um pressentimento nítido, mas uma inquietação sutil que rastejava pela espinha, aninhando-se na base de sua nuca e de sua pele. ao passo que buscava afastar os efeitos de suas premonições em um estado inerte de concentração, quase não notara o tempo passar; as margens das páginas de seu caderno estavam repletas de comentários escritos em sua caligrafia agora arrastada e a ponta dos dedos ainda trazia resquícios da tinta que usara para sublinhar trechos importantes. contudo, como uma lufada de ar antecipando uma tempestade, entendeu que eirik estava no mesmo aposento antes mesmo de avistá-lo e ao cruzar aquela limiar, a sensação de uma catástrofe eminente se impregnava ainda mais. a aeragon calcificara em sua cerne, desde o princípio, que o homem era a personificação de sua má sorte. quando o via, coisas ruins aconteciam: objetos poderiam se quebrar no instantes seguinte ou siobhan poderia receber uma notícia que a perturbaria por dias a fio. era quase certo que aquilo acontecia no dia, onde e como, eram as grandes incógnitas daquela questão. como penitência, ou assim ela julgava ser, siobhan mal dirigia a palavra ao hrafnkel e quando o fazia não denotava esforço algum para parecer meramente simpática e tampouco o conhecia e se interessava em fazê-lo, mas se ele a detestasse, menos o veria e, por conseguinte, apenas coisas boas estariam a sua vista. em um suprimido desespero, não houve tempo hábil de chegar até a porta antes do baque seco ecoar pela sala, o empurrar da maçaneta só teve como resultado um murmúrio irritadiço por parte da khajol quando ela alcançou a madeira. — ótimo, a porta está emperrada — disse sem rodeios, forçando ainda mais o objeto metálico, como se as diversas tentativas pudessem resultar na abertura da porta.
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